Alexandria
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FICHA TÉCNICA
Direção: Luís Miguel Pereira, Thiago Cavalheiro
Roteiro: Luís Miguel Pereira, Thiago Cavalheiro
Produção: Tiago Batista Santos
Elenco: Cristina Cunha, Maria Higgs Celeiro
Crítica
Dentre os simbolismos, os detalhes e os poemas, em Alexandria, memórias foram, estão e se vão. No filme, somos apresentados a três personagens, uma jovem mulher e seu filho, e sua mãe, a protagonista, avó da criança, que está passando por um momento difícil, de perda de identidade. Mas é a forma como o processo acontece que se destaca, ao simbolizar memórias em poemas e livros, assim como retomá-las imageticamente em tela.
Muitos costumam dizer que nossas ações nos moldam e o que deixamos para trás diz sobre quem nós fomos. A premissa de trazer ao centro de uma narrativa, uma personagem escritora, perdendo aos poucos a noção do que fez e de quem é, consegue ser de início muito boa. Mostrar imageticamente esse processo, é o diferencial; onde as memórias do passado se confundem com os acontecimentos presentes e com bom uso do recurso sonoro, da filha chamando pela mãe no presente, enquanto ela vaga pelo passado, este pode confundir até mesmo a quem assiste.
Usar o artifício dos livros da biblioteca como símbolo para as memórias pode se dizer que é o principal e mais especial recurso. O drama da filha, que tenta ajudar a mãe a passar por todo o processo, emociona e ganha força através dos poemas. É uma obra que, decerto, se sobressai pela sensibilidade, retratando um tema delicado de forma criativa.
André Assis