Mar Doce Pedro Lopes, 11’, FACHA

Sinopse

Alberto faz um experimento que acredita mudar o mundo, mas ao esbarrar com seu amigo de infância, as coisas saem do seu controle.

Contato

jfacuri11@gmail.com

FICHA TÉCNICA

Diretor: Pedro Lopes

AD: Gabriel Giorgini

Produção: Rebeca Marques

Roteiro: Pedro Lopes

Dir. fotografia: Gabriel Lima

Maquiagem: Mariana Mitic

Figurino: Ana Radovicz

Tec. Som direto: João Simoens

Montagem: Juan Facuri

Assist. Montagem: João Simoens

Correção de Cor: Gabriel Lima

Sound Desing: Juan Facuri

Mixagem: Juan Facuri

Elenco:

Gabriel Monteiro como Dr. Alberto

Juan Facuri como Nandinho Chaminé

Luana Siqueira como Klevyanny

Crítica

Doce Mar, às vezes, agridoce devido às ironias que dão o tom cômico ao filme, fala sobre um químico e a sua invenção messiânica que se revela monstruosa. Por sorte do destino, Nandinho, esse cientista de jaleco e tudo, é impedido de colocar em prática seu plano de dessalinizar o mar. O projeto foi interrompido graças a um amigo pescador, que conhecendo e entendendo das tecnologias do mar, foi capaz de se perguntar: e os peixes, morrerão?

Essa relação do pescador com o mar é amarrada também pelas inserções de trechos do filme Arraial do Cabo, de 1959, dirigido por Mário Carneiro e Paulo César Saraceni. O curta brinca com essas imagens do passado para lembrar que os pescadores artesanais possuem vínculos com o mar que foram ameaçados ou extintos devido à poluição das fábricas que causaram a morte dos peixes, remodelando, assim, a vida em Arraial do Cabo. O filme revela que as disputas permanecem, os pescadores também, mas o protagonista traz questões novas ao ironizar o cientista maluco, me parece um sintoma do contemporâneo. Não à toa, vivemos a descrença e os ataques contra os espaços de pesquisa cotidianamente e desnaturalizar a lógica que rege esse discurso não é tarefa fácil. O humor é a aposta do filme, o pesquisador cis-branco e antropocentista é aniquilado pelo seu próprio pensamento, e o monstro bebe coca-cola.

No encerramento da sessão ”Sonhos e pesadelos na cidade”, a última da noite, depois de fumar um beck na praça da igreja com Na estrada sem fim há lampejos no esplendor (dir. Liv Costa, Sunny Maia), rolar uma paquera em Estática (dir. Gabriela Queiroz), só nos resta torcer para terminar igual ao pescador no filme Doce Mar: com um litrão e o crush monstruoso. Claro, tendo a certeza e o cuidado de não precisar conhecer a monstra Cabiluda (dir. aColleto, Dera Santos).

Paulo Pontes