Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor Lívia Costa e Sunny Maia, 11’, Vila Das Artes
Sinopse
Uma vez, elu disse: quando fui embora de mim, adeus era tudo o que tinha para dizer. Nessa viagem, talvez não exista uma chegada. Só um caminho infinito.
Contato
livcostarts@gmail.com
FICHA TÉCNICA
Direção: Liv Costa e Sunny Maia
Produção: Caroline Sousa
Roteiro: Liv Costa e Sunny Maia
Fotografia: Evye Alves Cavalcante
Direção de Arte: Sam Rosa
Som: Pedro Emílio Sá
Montagem: Liv Costa e Sunny Maia
Trilha Sonora: Luana Flores
Crítica
Diferentemente de algumas imagens que começam nítidas nos filmes, Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor, de Liv Costa e Sunny Maia, inicia seus minutos com ruídos na tela e cores que invadem aquela escuridão estática. A obra dialoga com uma certa contemporaneidade e novos rostos que surgem no espaço do interior do país. Se antes tínhamos uma imagem tradicional das faces e corpos naquele ambiente, hoje passamos por uma mudança, uma mudança que dialoga com a liberdade.
A cidade Jaguaretama, cidade no qual se passa a narrativa, é nomeada por uma composição donde yaguar = onça; e retama = a terra natal, a pátria, com o objetivo de significar jaquer ou onça, em Tupi. Quando o sol desaparece e as casas ofuscam seus objetos luminosos, as onças saem na cidade em busca de libertação. Nessa figuração, às onças andam de moto, fumam e mostram suas características. A prisão pode surgir pela manhã, mas enquanto for madrugada, seus prazeres são disponíveis no campo exterior.
Naquela rotina de espontaneidade e improviso de atos, existe um extremo cuidado das diretores com cada indivíduo dentro do plano. Em apenas onze minutos e poucos diálogos, eles são como se fossem nossos amigos ou irmãos. Se naquela cidade, eles são uma espécie de monstros para as pessoas ao redor, diante do objeto cinematográfico, eles são os retratos de sorrisos que exibem afeição.
Nos minutos finais, quando o protagonista é enquadrado de baixo para cima, vemos que ele aparenta ser uma figura daqueles filmes comerciais de Hollywood. Porém, ao retirar sua blusa e olhar insistentemente para sua frente, ele mostra que está longe disso, porque diferente do que é retratado em Hollywood, ele é autêntico. Ele enfrentou os confrontos contra sua liberdade. Não existe processo de transição sem dores, mas também não existem processos de transições sem lapsos luminosos de uma personalidade que se expõe no mundo.
Estática – Academia Internacional de Cinema | Gabriela Queiroz – 12min
Sabemos que não é dos tempos atuais, que nas produções brasileiras existe um certa admiração pelo gênero. Pode-se citar comédias da Globo, mas outros programas do gênero, em outras mídias, vem ganhando um novo significado moral nas narrativas pelo mundo. Estática, obra de 2022, dirigida por Gabriela Queiroz, que também assina o roteiro, ao mesmo período que trabalha com elementos das comédias românticas americanas, também envolve uma certa crítica à exclusão feminina no ambiente de trabalho.
Nos minutos iniciais, a direção de arte com um campo vasto de opções e simbologias, a protagonista da história veste vermelho em meio aos tons cinzas do ambiente, contudo, ela não passa de uma simples mancha no local. Seus colegas de trabalho passam, observam seus ruídos vocais e depois andam para uma outra direção. De repente, a protagonista ganha uma nova camada negativa ao seu redor, ela aparentemente vira uma corrente elétrica humana.
O desespero toma conta do seu corpo e olhar, mesmo com a presença de um indivíduo que deseja ajudá-lo, a decupagem de Gabriela Queiroz parece que é feita para criar um campo íntimo e inocente entre os dois, como um amor que nasce do inexplicável ou um amor de comédia romântica.
A personagem não aparentava em seus minutos finais, onde era preenchida por uma luz esverdeada, toques sentimentais que aparentavam ligações verdadeiras. O amor também é dor, a personagem descobriu que o problema nunca foi ela, mas o destino que não desejava juntar a secretária com jaqueta vermelha com as caricaturas que participavam da coloração cinza.
Wandryu Figueredo
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