Onde a fé tem nos levado Neto Astério, 18’, UFS

Sinopse

contato

Contato: netoasterioprodutor@gmail.com

Ficha técnica

Direção: Neto Astério

Produção: Neto Astério e Beatriz Aranzana

Roteiro: Neto Astério

Fotografia: Triz

Direção de Arte: Clécia Borges e Neto Astério

Som: Max Leandro e Brenda Laura

Montagem: Neto Astério

Trilha Sonora: Dry

Crítica

Se antes, Anselmo Duarte em O Pagador de Promessas (1962) filmou um homem atravessando a cidade com uma cruz nas costas, Neto Astério, diretor de Onde a Fé Tem Nos Levado, registra uma senhora de blusa vermelha andando ao nascer do sol enquanto segura um objeto longe de ser um símbolo cristão. No período da sua caminhada, ela recria um ‘’Pai Nosso’’, mas um Pai Nosso que ironiza as palavras que os hipócritas e os ignorantes replicam quando acordam pela manhã. Diferentemente de outras religiões, a mulher não tem plateia, mas ela tem vontade.

Após acompanhar os minutos com a camisa com rosto familiar e uma blusa vermelha, acompanhamos uma obra que dialoga com uma certa desconstrução de seus acontecimentos visuais. O crítico que vos escreve poderia até expressar que o filme quer ser original a partir dessa desconstrução dos signos. Porém, o charme de Onde a Fé Tem Nos Levados está mais atrelado ao aceitamento que não poderá estabelecer uma aura totalmente original, do que tentar o tempo todo ser único.

Como as histórias têm um certo experimentalismo e é reproduzida de maneira paralela, somos guiados por aqueles personagens que suas motivações são parecidas com as nossas, espectadores. Queremos viver o presente, mas também o futuro, os personagens vão descansar já pensando em elaborar o amanhã, enquanto outros vagam pelo presente para expressar suas motivações e desejos. Como o próprio título do filme, fomos realmente levados para um campo distante do nosso, mas próximo da nossa fé.

Wandryu Figueredo