Ouço Você Falando Essas Mesmas Palavras Amanda Poça da Poça, 12’, UFOPA

Sinopse

Uma casa-coração, um quintal-vida e o parto, ela transita em sua própria psique em busca do indivisível: a liberdade de escolha. Este ensaio fabulado é uma jornada introspectiva inspirada em Jurema, uma mulher nortista da região do Salgado ligada ao místico e ao religioso construindo futuros através do realismo mágico, dialogando com Bell Hooks em “Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade”.

FICHA TÉCNICA

Estrelando Elizangela Dezincourt, Maria Flor Alan Pessoa e Rawi /

Direção Executiva Amanda Poça @pocillga

Produzido por DZAWI @dzawifilmes e Procce- Ufopa /

Direção de Fotografia: João Albuquerque @joaoalbquerque / Amanda Poça

Roteiro e Direção de Arte: Amanda Poça / Edição, Color e Finalização: João Albuquerque

Direção de Produção: Amanda Poça Fotografia Still: Natassia Reis e Victor Rosalino @victorrosalino_

@tassiaol /

Trilha Sonora Original: Caire Martins e César Crioulo @caire_martins /

Assistente de Produção: Pollyane Nunes, Rawi e Natassia Mota |Figurino: Conceiçao de Assis, Desirré Marcião e Amanda Poça /

Assistente de Figurino: Pollyane Nunes |Produção de locação: Natassia Mota /

Tradução para inglês: Geniel Lourenço /

Produção de objetos em gesso: Elves Costa /

Quadro e Colagens: Cláudio Barros @claudiobrrs /

Tipografia e Identidade visual Débora Marcião @caderninhoambulante

Crítica

A presença do corpo na sessão ”Vozes que Circundam” no MOV, é uma conversa sobre a origem não dada das coisas. Não dada porque em ”Ouço Você Falando Essas Mesmas Palavras”, de Amanda Poça, é lançado o não tão óbvio: a memória vem do corpo, não da mente.

Dessa forma, a fala e as palavras podem sim ser som, mas não precisa ser voz. Os tambores, a percussão, – presentes sempre ao áudio do filme – os grafismos e objetos que evocam a roda e suas tecnologias, falam sobre coisas outras que não as da voz. Aliás, as palavras e a fala podem também ser voz, especialmente a de uma mulher indígena que sua os seus ritos e fala o medo por ser mulher, a angústia das ausências e os caminhos que sabe agora para dentro de si. As mãos na terra ou no sabão, ou na terra e sabão ao mesmo tempo, já que o tempo linear é uma falácia, também falam sobre a alma e um ciclo, um círculo, a roda e toda a tecnologia que ela traz, sendo composta por corpos que deitam em si, velas alinhadas ombro a ombro e o suor que lembra o calor que passou.

Ao filme é celebrado a palavra escrita, a palavra não escrita, o ciclo de destruição e reconstrução. A textura de película prova que o que existe toca e tem qualidade que a mente não vai lembrar. O que resta ao rememorar deve ser dentro e completo, nada além de toda, e que seja para fora, para dentro de nós e que escutemos as palavras que circulam na pele.

Raphael Prestes