(s)election
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FICHA TÉCNICA
Direção: Carolina Silveira
Roteiro: Carolina Silveira
Produção: Boštjan Potokar, Carolina Silveira
Elenco: Lara Fortuna, Tanita Rose, Blaž Valič, Neda R. Bric, Gregorič Udir
Música Original: Manca Berlec, Anže Babnik
Direção de Fotografia: Domen Vinko
Montagem: Luka Miklošič, Carolina Silveira
Figurino: Anja Paternoster
Crítica
No status quo, narrativas com personagens lgbtqia+ e todas as questões e problemáticas que permeiam as vivências dos mesmos, vem sendo vistas cada vez mais no cinema. Ao apresentar o dilema vivido entre duas mulheres lésbicas, que moram juntas, de assumirem a sua relação amorosa para o pai de uma delas, um político em processo de campanha eleitoral, o curta-metragem s(election), de Carolina Silveira, instiga-nos a pensar sobre o significado das palavras, quando não são complementadas com ações.
Apesar de alguns momentos de ternura, a maior parte do filme é marcada pela tensão vivida, principalmente, por uma das personagens, que está prestes a fazer uma prova importante, ao mesmo tempo em que precisa estar ao lado de seu pai, mantendo a fachada de família tradicional. Todo esse conflito, que se inicia quando o político resolve tomar um posicionamento determinante para sua candidatura, com um discurso homofóbico pode se relacionar, logo, à realidade, com o ex-presidente do Brasil, que já teve vários posicionamentos discriminatórios, que, curiosamente, assim como no filme foram defendidos. O filme cumpre bem o papel que se propõe, que é o de apenas dramatizar, para fazer refletir a realidade onde, infelizmente, o que existe é um atraso global, onde a ameaça contra a tudo que foge da heteronormatividade é real.
Apesar de o conteúdo da obra, da Eslovênia, se destacar, é interessante fazer um apontamento para a sua forma e técnica, onde são utilizados close-ups que corroboram para acentuar a tensão em uma das cenas que marca o filme, além de como a escolha sonora, em uma das cenas, funciona, também, para confundir a quem assiste. A música, também, cantada por uma das personagens, da mesma maneira, é potente ao dialogar com a narrativa e funciona como um desfecho; mas não conclui, afinal a discussão que o filme quer trazer, ainda não teve um fim, tanto no filme, quanto na nossa realidade.
André Assis