ZAWAL

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Direção: Mujtaba Saeed

Roteiro: Mujtaba Saeed

Produção: Gilda Weller, Nora Helou

Elenco: Paolo Al Shahhaf, Diana Kadah, Katharina Walther

Direção de Fotografia: Adrian Langenbach

1º Assistente de Câmera: Janik Mayerhoffer

2º Assistente de Câmera: David Lux 

Montagem: Onur Kepenek

Assistência de Direção: Ghaith Al Adwan

Em Zawal, destacam-se os momentos dramáticos vividos por Adam, de apenas 8 anos, ao presenciar cenas de forte repressão, por parte da polícia, aos refugiados. Tudo começa quando o garoto decide sair do quarto onde vive, no ápice de uma quarentena, escondido de sua mãe. A obra cinematográfica, em sua forma técnica surpreende, mas, em termos narrativos, deixa a desejar. O potencial dramático que possui, não é explorado, as ações não se desenvolvem e, por isso, acaba entregando um desfecho que deixa um gosto de quero mais.

Logo nos primeiros momentos do curta-metragem, vemos um ótimo trabalho de direção do cineasta árabe, Mujtaba Saeed, aos escolher dar início a história com planos mais fechados, em um espaço que no todo já é pequeno; o que traz uma sensação de enclausuramento maior, ao mesmo tempo que nos deixa mais íntimos do personagem. Com belos feixes de luz que atravessam as janelas do prédio, somos lembrados da liberdade do lado de fora que, apesar de limitada no contexto do filme, o qual conversa com o atual momento vivido no mundo real, servem, também, para transmitir os primeiros sentimentos da criança do lado de fora.

A edição de som do filme é, com certeza, um dos pontos positivos que facilitam a imersão. Com uma paisagem sonora bem construída, a tensão, presente nas repressões aos refugiados, é amplificada. O filme peca, apenas, por não apresentar desdobramentos maiores para essas ações e, principalmente, por não materializar o que sua sinopse promete, que é a jornada de crescimento e transformação do personagem principal. O filme de Saeed, sem dúvidas, seria um ótimo trabalho para mostrar para uma grande produtora, como a A24, por exemplo, na pretensão de realizar um longa-metragem com a mesma atmosfera de Zawal, assim como fez o diretor, Robert Eggers, com o curta, Brothers, que o ajudou a conseguir investimento para fazer seu longa de estreia, intitulado The Witch. Em suma, a história de Adam e dos refugiados, seria melhor aproveitada em um longa-metragem.

André Assis